Insuportável a sensação de minha pele revestindo meu corpo.
O peso da existência esmagando minha alma.
Suja e covarde.
O quanto dessa dor sou eu tentando justificar meus fracassos?
Desespero pelo contato,
Não afeto, contato.
Eu nasci pra servir, pra sorrir sempre que requisitada
Um totem de expectativas alheias
Destinada a me entregar a qualquer um que me jogue atenção
Sedenta não de amor ou de um toque de carinho, mas da atenção, de desejo vazio.
Meu coração clama por violência.
Sonhos, tempestades de cores e angustias.
E em meus passos só o desejo por me sentir viva novamente
Ódio, ódio que sinto de ser quem sou,
A vida é uma mentira que conto toda noite antes de chorar
Eu queria fazer esse vazio sumir, queria me fazer entender,
Eu morri muito antes de perceber que tinha nascido,
Existência vazava de meu corpo a cada toque, a cada soco, beijo, chute, abraço, grito e silencio.
Acostumei a me esconder em fantasias, sonhando durante o dia, um mundo que reviva cada pedaço deixei nos outros.
Meu suicídio diário, minha prisão eterna.
sexta-feira, 7 de abril de 2017
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